quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Bóris


Como eu disse no post anterior, estou na casa da minha avó em Recife. Ela é mãe da minha mãe, que representa o maior lado da família. Só para terem uma idéia, minha avó tem 9 filhos, 8 genros/noras, 18 netos e 9 bisnetos. Minha mãe tem 60 primos, contando só os de primeiro grau. É bizarro, é muita, muita gente, chega ao ponto de eu conhecer um parente praticamente toda vez que venho a Recife.

E casa de vó, sabe como é, é casa de todos. No dia em que eu cheguei aqui, última sexta-feira, estávamos onze pessoas nos amontoando na sala, o que gera uma miscelânea completa. Pelo menos uns 5 assuntos paralelos, de vez em quando um assunto mais geral que envolvia todo mundo, uma gritaria, pessoal rindo muito alto. Não sei como os vizinhos não jogaram água pela janela!!

Daqui a pouco o neto que mora em frente traz o DVD do casamento dele, coloca no aparelho, bota pra rodar e dane-se quem estava vendo televisão antes. Um outro chega com fome, vai pra cozinha, reclama que a comida tá fria, ele mesmo esquenta e come. Todo mundo se junta a ele e passam a comer inhame com frango, que não dava para todo mundo. Os casais dividem pratos de comida e xícaras de café. A cachorra do neto vizinho começa a reclamar de ter ficado sozinha, e é trazida para a casa da vó também.

Nesse momento a sala dela estava assim: uma parte das pessoas na mesa comendo, outra assistindo à filmagem do casamento, eu pedindo uma pizza porque a janta acabou e eu não tinha comido, a cachorra correndo, latindo e perseguindo uma bolinha, a criança com medo da cachorra, gritando. Tudo isso em meio a muitas risadas e conversas, que iam desde a situação da guerra no RJ às histórias de flatulências de alguns membros da família.

O mais inusitado ainda estava por vir: chega o filho que viajaria no dia seguinte, trazendo um aquário com um peixe pra deixar na casa da vó. Realiza a cena: a miscelânea que já estava, e uma pessoa trazendo um peixe para visitar a vó e passar o fim-de-semana com ela!!

Acho que essas coisas só acontecem em famílias enormes mesmo, não é possível. Detalhe: o peixe tinha nome, e chamava-se Bóris. Sabemos depois que ele tinha um companheiro de aquário, chamado Billy, que morrera na véspera. Bóris sobreviveu ao fim-de-semana bem, depois voltou para casa por tempo indeterminado.



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