quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O inferno


Esses dias eu estava pensando sobre o inferno. O que deve ter lá pra ser tão ruim, quais seriam os elementos que o compõem? Pensei que se eu fosse o capeta, o meu inferno seria assim:

- Teria aquelas máquinas de sugar saliva que os dentistas usam, e a gente ficaria com a boca bem seca o tempo todo;
- Fios de cabelo estariam espalhados por lugares de seu corpo, coladinhos pelo suor, sabe? Nas costas, no rosto (passando pelo olho) e no bumbum. Ah, e no prato de comida.
- Teria sempre um fiapo de manga ou um pedacinho de carne preso entre os seus dentes.
- Duas pedrinhas no sapato: uma no calcanhar e outra entre os dedos.
- A calça jeans e o sutiã apertariam o pé da barriga e as costas, respectivamente.
- Debaixo das unhas teria alguma sujeira também, de preferência terra.
- Baratas voadoras apareceriam esporadicamente e esbarrariam em você ao dar seus rasantes.
- Tudo teria cheiro e gosto de banana.
- Por último, e mais importante: nada disso seria em tempo integral, pra que não houvesse o risco de nos acostumarmos com as sensações e esquecê-las. Seria, talvez, em dias alternados - e nos dias "não", a trilha sonora seria Florentina, do Tiririca.

Fundamental também: nada de dor ou sofrimento, só incômodos. Às nossas dores, nos apegamos. Duvida? Pede pra sua tia te contar sobre o joelho dela, pra você ver como ela fala com gosto! Pergunta se ela cumpre as recomendações pra se livrar da dor. Claro que não, é legal esse papel de vítima, rende assunto. Mas experimenta colocar uma pedrinha no sapato ou um cabelo no olho pra ver se ela não vai imediatamente tirar!

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