domingo, 21 de março de 2010

A angústia dos múltiplos

Antes de começar a escrever esse post, é bom avisar que eu tô numa montanha russa hormonal agora. Dei um intervalo na pílula, e isso trouxe todos os efeitos de uma TPM que há muito eu não sentia - ou seja, dolorida dos pés à cabeça, de mau humor e um tanto quanto intolerante. Impressionante o que aqueles inocentes comprimidos nossos de cada dia evitam além da gravidez. Digo isso porque se alguém quiser ir conhecer o lugar, é bom saber que a minha visão estava meio influenciada por isso, né. Sem mais delongas, vamos ao assunto principal.

Esses dias, fui com meus pais, que estão me visitando, a um restaurante novo que abriu aqui em Aracaju, chamado Labareda Grill. O lugar é bonito, amplo, tem dois andares - o inferior com ar condicionado e o superior, escolhido por nós, ao ar livre, bem ventilado, com um telhado alto.
O problema começa na proposta do lugar: ele é churrascaria, pizzaria e massas, sushi bar, petisqueria, e mais alguma coisa que não lembro. Tudo ao mesmo tempo agora. E é rodízio. RODÍZIO. É.

Devo confessar que já fico um pouco aflita em rodízios, você lá tentando comer e as pessoas enfiando coisas na sua cara, entre o seu nariz e o prato em que você come, e você lá de boca cheia tentando ser educada e pronunciar "não, obrigada" enquanto escorre o molho da lasanha pelo canto da boca, a cada quinze segundos.

Maaas, esse lugar tem algo de especial, porquê é rodízio de tudo junto!! Você lá, sentadinho conversando, e te oferecem (não necessariamente nessa ordem): pizza de brigadeiro? linguiça calabresa? sushi? lasanha bolonhesa? coração de frango? pão de alho? caneloni? sashimi? picanha com queijo? pizza de confete? AAAhhh, que angústia, meu estômago ficava embrulhado e eu ia perdendo o apetite a cada momento. Me imaginava comendo mesmo aquelas coisas naquela ordem, um horror! Reitero aqui que não há exagero algum, todas essas coisas que listei passaram realmente pela minha mesa. Além de um barman com um carrinho de destilados e frutas que fazia os drinques sacudindo a coqueteleira em frente à sua mesa, no meio de toda a confusão.

Fora a parte gastronômica, havia uma banda tocando um repertório na mesma linha múltipla das comidas. Logo que eu cheguei, tava tocando o quê? O quê?? Jorge Vercilo, claro!! Depois passou pra Djavan, ok, não mudou quase nada. Daí João Bosco, algum sertanejo, O Rappa, Alceu Valença, Rebolation e um Zeca Baleiro pra fechar. O embrulho no estômago só aumentava...

Como nós havíamos escolhido a parte aberta do resturante, dali a pouco, claro, começou um temporal. O que por sua vez culminou em um monte de fregueses em pé em meio às panquecas, costelinhas e pizzas doces, esperando um time de garçons um tanto quanto desajeitados abaixarem os toldos da varanda.

Quando veio a conta, estava, lógico, errada, cobrando coisas a mais. Até acertarem, mais um tempão. Enquanto isso eu assistia, numa mesa do lado, um cara de BECA jantando. Das duas uma: ou ele foi pelado por baixo da beca pra formatura e saiu de lá com fome, ou fez questão que todos soubéssemos que ele estava se formando em sei-lá-o-quê. Parabéns pra ele.

Ok, voltamos pra casa, pensando que enfim poderíamos relaxar, quando a 500m da entrada do portão, na rua do sítio, tava rolando uma festa, olha que legal! Pra quem não conhece, a rua deve ter ao todo uns 20m de largura, e estava tomada de barracas de um lado e de outro, e havia uma pista de dança de arrocha no meio! Passar com o carro em meio aos muitos foliões foi tããão legal, fechou com chave de ouro!

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