- ele é formado em adminstração;
- já foi diretor de duas cooperativas, e só saiu delas porque trabalhava bem DEMAIS, o que provocou conflitos internos;
- ele trabalha apenas com hora marcada, já que é tão simpático e competente que não precisa pegar passageiros aleatoriamente na rua (apesar de eu ter pego o táxi assim...);
- ele ganha por volta de R$ 1500 por semana;
- ele fala e compreende várias línguas, pois tem muitos clientes turistas (inclusive fala inglês com sua esposa, em casa, para praticar);
- ele dá aulas de samba para esses clientes turistas;
- ele dá aulas também de direção segura e eficiente a clientes que têm carro e CNH;
- ele já foi encarregado da frota da Telemar, e foi até ameaçado porque conseguiu acabar com TODA a corrupção que existia na época.
E por aí vai. Eu já não sou muito de conversar, ainda mais indo trabalhar num sábado de manhã cedo. Comecei ficando irritada, querendo só curtir o caminho e ouvindo o cara falar isso tudo. Mas da metade do trajeto em diante, juro que comecei a admirar a forma com que o motorista conseguia se auto-promover assim, com tanta naturalidade, e encontrar brechas inimagináveis para isso, como no seguinte diálogo:
(...)
- Mas se você quiser, posso te indicar um mecânico de confiança.
- Não, eu não moro aqui, meu carro fica em Aracaju.
- Bem que eu percebi que seu sotaque era diferente
- Não, mas eu sou carioca, é porque acaba misturando mesmo, hehe.
- Ah, o meu sotaque também. Você sabe, eu falo inglês, espanhol e um pouco de italiano com os clientes turistas que eu tenho, blá blá blá
(...)
Isso, apesar de um tanto repugnante para mim, é indispensável hoje, né... Triste.
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