sexta-feira, 23 de julho de 2010

Cenas do Cotidiano

Meu pai e minha mãe, alguns dias atrás, saíram para cortar o cabelo. Meu pai corta o cabelo dele há quase 30 anos com o mesmo barbeiro, e desde então NUNCA cortou em outro lugar, nunca mesmo. Acho até que no dia em que esse barbeiro se aposentar, meu pai vai deixar o cabelo crescer pro resto da vida, ou algo do tipo.
Bom, minha mãe não corta nesse barbeiro, né, então meu pai deixou ela no shopping e foi à barbearia. Ele cortou o cabelo, voltou pra buscá-la e ela estava esperando a vez, ainda nem tinha começado.
Eles combinaram que então ele ficaria rodando um pouco, fazendo hora enquanto esperava. Só que ele não é bem o tipo que dá voltinhas em shoppings, digamos assim. Aí ele foi passear na C&C, única loja "macha" de lá, onde vende material de construção, e quando acabou de ver tudo o que tinha lá foi esperar minha mãe no estacionamento. Ela chegou, e....

Pai - Demorou, né?
Mãe - É, um pouco, mas vc sabe, tinha fila, hoje é sábado, blá blá blá...
P - Olha só o que eu comprei!
M - (...)
P - (...)
M - Uma tampa de vaso?
P - É, ué!
M - Mas as nossas estão boas, a gente não tá precisando nem nada. Tava em promoção?
P - Não, preço normal mesmo.
M - (??)
P - Ah, a gente guarda, No dia em que precisar, já tem.

Agora, acompanhem comigo: quando a gente compra alguma coisa da qual não está precisando, é por interesse, consumismo ou hobby, né? Eu, por exemplo, tenho uns 10 batons, mas se vejo um tom de rosa diferente, tenho interesse em comprar, porque eu gosto, aquilo me diverte. Assim como tem gente que compra roupas, livros, eletrônicos, etc.
Mas me digam: quem, meu deus, QUEM, compra um assento sanitário por puro hobby????

Minha família dava um livro. Provavelmente de humor.

domingo, 11 de julho de 2010

Auto-promoção



Ontem peguei um táxi para ir trabalhar, já que eu estava atrasada. O trajeto não é longo, mas é bem contramão, teria que pegar dois ônibus e andar um bom pedaço. A viagem é curta, dura só uns 20 minutos, e é aí que começa a história - nesse pouco tempo, fiquei sabendo de t-o-d-a-s as qualidades do motorista, tais como:
- ele é formado em adminstração;
- já foi diretor de duas cooperativas, e só saiu delas porque trabalhava bem DEMAIS, o que provocou conflitos internos;
- ele trabalha apenas com hora marcada, já que é tão simpático e competente que não precisa pegar passageiros aleatoriamente na rua (apesar de eu ter pego o táxi assim...);
- ele ganha por volta de R$ 1500 por semana;
- ele fala e compreende várias línguas, pois tem muitos clientes turistas (inclusive fala inglês com sua esposa, em casa, para praticar);
- ele dá aulas de samba para esses clientes turistas;
- ele dá aulas também de direção segura e eficiente a clientes que têm carro e CNH;
- ele já foi encarregado da frota da Telemar, e foi até ameaçado porque conseguiu acabar com TODA a corrupção que existia na época.

E por aí vai. Eu já não sou muito de conversar, ainda mais indo trabalhar num sábado de manhã cedo. Comecei ficando irritada, querendo só curtir o caminho e ouvindo o cara falar isso tudo. Mas da metade do trajeto em diante, juro que comecei a admirar a forma com que o motorista conseguia se auto-promover assim, com tanta naturalidade, e encontrar brechas inimagináveis para isso, como no seguinte diálogo:

(...)
- Mas se você quiser, posso te indicar um mecânico de confiança.
- Não, eu não moro aqui, meu carro fica em Aracaju.
- Bem que eu percebi que seu sotaque era diferente
- Não, mas eu sou carioca, é porque acaba misturando mesmo, hehe.
- Ah, o meu sotaque também. Você sabe, eu falo inglês, espanhol e um pouco de italiano com os clientes turistas que eu tenho, blá blá blá
(...)

Isso, apesar de um tanto repugnante para mim, é indispensável hoje, né... Triste.

sábado, 3 de julho de 2010

Toasts


+



=

Um pedaço do paraíso na Terra.


É sério, essa combinação ficou boa demais, demais mesmo. Acabei de comer agora dez toasts com meio pote desse sorvete. Pena que seja tão caro, por volta de 15 reais um mísero potinho desses, que só dá pra dois dias se eu me controlar muito.
A foto e a receita das toasts eu peguei daqui, e fiz só algumas alterações: ao invés de colocar o açúcar antes de fritar, coloquei depois, porque a Camila tinha me avisado no twitter que ela tentou fazer e o açúcar queimou e amargou. Fritei então sem nada e joguei açúcar por cima delas ainda quentinhas. Ficou boooommmm...
E coloquei 5 fatias de pão, o que casa a quantidade certinho com a mistura dos ingredientes pra banhar, acaba ao mesmo tempo.
Infelizmente, eu não tinha morangos nem pecãs (nunca nem vi pecã pra vender em Aracaju), mas mesmo assim ficou ótimo.
E assim já acabei com meio pacote de pão de fôrma aqui em casa em 3 dias. Antes de comer com sorvete, tinha feito algumas pro café-da-manhã, e tomei com leite puro - não precisa mais nada, fica delicioso.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

SMS


Ontem eu recebi a seguinte mensagem no meu celular:

"Tiaguinho sou eu a menina k pasou ai! K vc ficou.olhando a gordinha. Cmo vcs falam.eu te amul.gostoso.quero dar uma foda.cm vc olha.vai na festa.d viscond eu vou estar.la.gostoso!.hoje ta" - transcrita fielmente, inclusive a pontuação.

Eu pensei por algum tempo, e com muito trabalho (já que eu não entendo "miguxês" nada bem) cheguei à seguinte tradução:
Thiaguinho, sou eu, a menina que passou aí. Que você ficou olhando - a gordinha, como vocês falam. Eu te amo! Gostoso! Quero dar uma foda com você. Olha, vai na festa de Visconde, eu vou estar lá. Gostoso! Hoje, tá?"

Logo em seguida eu recebo: "Se vc for Thiaguinho me liga!"

Fiquei muito chocada! Como é que a menina manda uma mensagem dessas pro celular de alguém, ainda por cima sem nem ter certeza que é o celular da pessoa certa!!

Meu lado mau, comandado pelo diabinho, pensou em responder com algo do tipo "Claro, tá marcado, vou te comer gostoso hj à noite, me espera lá". Mas, tadinha, ela já não deve estar numa situação muito fácil pra ter mandado uma mensagem dessas, então deixei pra lá e não respondi nada.

Só que hoje de manhã, no meio do jogo do Brasil, recebo outra: "Oi bm dia". Aí tive que responder, né, pra menina não se sentir um lixo, deixada de lado. Mandei essa:
"Olha, você tá mandando mensagem pra pessoa errada, desde ontem. Não sou Thiago. E nem mande mensagem pra pessoa certa agora no meio do jogo, que você vai ser ignorada. Só uma dica..."

Aí a menina manda: "Eu sei km vc eh lenon.ah n fui eu km mat", que eu não consegui traduzir. E outra: "km eh vc.k mal lhe pergunte".

Eu mando: "Sou mulher, esse é meu celular do trabalho. Sem dúvida você não me conhece. E não se ofereça tanto pra ele, querida, não fica bem..."

Resposta: "Ta!desculpa.pensei k fosse lenon da banda eh k eu tinha um recado d maria rosa.tchau.desculpa ter incomodado :-D"

E aí esse diálogo todo me deixou com algumas perguntas fundamentais:

-quem são essas pessoas, meu deus? Quem é que manda mensagem pra um pseudo-desconhecido, se apresenta como "a gordinha que ele fala", diz que o ama e que quer dar uma foda com ele ?? A situação tá tão crítica assim? Cadê os modos dessas meninas? Tudo bem se insinuar, e querer trepar, não sou nenhuma puritana pra ser contra essas coisas. Mas ela podia ser mais educada, mais sutil, não?

- desde quando o português se tornou essa língua estranha? Eu sou do tempo que km = quilômetro, e não km = quem. Isso não é abreviar, nem é licença poética da internet. Isso é uma aberração!!

- a última, e mais importante: quem é que dialoga com alguém que lhe manda um sms errado, e ainda dá conselhos? Estou ficando cada vez mais doida...