terça-feira, 29 de junho de 2010

Papéis

Hoje eu estava arrumando papéis que estavam espalhados pelo meu quarto, a maioria deles contas pagas, extratos de banco e afins. Tenho uma pastinha sanfonada que eu uso para guardar os comprovantes separados, ordenados por data, etc. Mas, como sou eu, obviamente não guardo cada coisa assim que chega ou assim que pago, espalho pelo quarto por meses e quando já tenho uma montanha de papéis perco um tempão arrumando cada coisa em seu lugar.
Fazer isso hoje me levou a refletir sobre a quantidade de papéis (documentos, comprovantes, extratos) necessária à nossa vida. Tive vontade de queimar tudo e ir morar na beira de alguma praia vivendo de cantar sambas.
As coisas vão se acumulando, e não dá pra fazer uma limpeza. Posso jogar fora as contas de luz da primeira casa que morei aqui? Não. Comprovantes de voto? Não. Contra-cheques? Não. Identidade e CPF? Menos ainda! Sei que alguma burocracia é necessária à civilização, mas eu acho exagero. Ainda mais agora, com tanta tecnologia! Poderiam inventar um sistema de comprovantes por e-mail, não? Algum sistema global onde você cadastraria o CPF e todas as vezes que pagasse uma conta em seu nome, ou votasse, ou tirasse um documento, tudo chegaria num e-mail cadastrado para que você pudesse se livrar de todos os papéis.
Talvez isso até já exista, com o esquema de DDA, que eu ainda não conheço. Mas eu acho que não é seguro o suficiente para que eu tenha confiança em jogar tudo fora.

Os únicos papéis dos quais não abro mão são livros, textos e afins. Esses eu tenho gosto em juntar, e quanto mais a montanha aumenta maior a minha satisfação!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Dicas de Beleza dos Homens da Família




Olha, material é o que não falta pra eu fazer esse post. Na minha família os homens todos têm uma enorme aptidão pra lidar com assuntos cosméticos, de cuidados com o corpo e afins. Vamos lá?


- Primo: costuma passar umas belas camadas de hidratante Monange ou Corpo a Corpo no rosto quando está com espinhas, "porque faz bem pra pele". Que beleza, nem piora, né?

- Pai: usa álcool etílico como pós barba, dando vigorosos tapas no rosto, que você pode escutar a metros de distância. Usa álcool também em qualquer machucado, desde um arranhão até uma fratura exposta. E quando você se machuca, ele joga álcool em você mesmo contra a sua vontade. Também usa sabão de côco como sabonete aplicado com o lado verde da bucha de cozinha, quando faz alguma tarefa mais pesada com tinta ou poeira.

- Irmão: quando quer estar com o cabelo bonito no outro dia, mais caprichado, dorme de boné! Olha que conforto!!


Se alguém quiser seguir essas dicas, fique à vontade. Eu preferi fazer um pouco diferente deles, hahahah.

domingo, 13 de junho de 2010

Evolução

Só pra avisar que hoje, pela primeira vez desde que eu voltei, cozinhei alguma coisa séria pra comer sozinha: fusilli (parafuso) com almôndegas ao molho de tomate. Porque miojo com nuggets não conta, né? Nem sanduíche. "Risoto" de tomate e salsicha com salada conta? Conta. Então hoje foi a segunda vez que cozinhei alguma coisa séria.

Medo!!

Gosto muito de Dexter, bastante mesmo. Na verdade, gosto muito de filmes de suspense de forma geral - eu disse suspense, e não terror escabroso tipo Jason (só vejo pra rir).
A trilogia do Hannibal Lecter é uma das coisas que mais me prenderam em frente à tela do cinema, e eu tenho em DVD O Silêncio dos Inocentes e pretendo comprar os outros dois filmes da série. Normalmente eu compro DVDs de filmes que eu já vi e que me marcaram de alguma maneira, ou que eu tenha vontade de rever de vez em quando - qualquer dia eu faço uma listinha dos meus filmes preferidos aqui.

Só que eu gosto desse tipo de filme e seriado, mas não sou maluca. E é impressionante a frequência de gente doida que vê filmes de assassinos. No primeiro período da faculdade, eu comentei com um colega recente (ele dava carona pra umas conhecidas minhas), logo nos primeiros dias de aula, que eu gostava bastante desses filmes, e que tem uma cena que eu acho particularmente bonita no filme do meio, Hannibal.
Na cena em questão (e eu vou ser obrigada a contar, pra fazer sentido), Anthony Hopkins prende Juliane Moore a uma geladeira, e ela, pra evitar que ele escape, algema sua mão à dele. E tudo o que ele não quer da vida é ser preso, naturalmente. Então ele pega uma machadinha, a câmera muda de ângulo e ouve-se um grito. A cena seguinte é ela correndo, com as duas mãos, atrás dele. E depois ele, que já havia fugido, aparece sem uma das mãos, num orelhão ligando pra ela. Ou seja, ele corta a própria mão ao invés da dela, por amor.

E eu tava dizendo pra esse colega que eu achei essa sacada genial, uma forma de humanizar o monstro e uma maneira de demonstrar o amor do personagem dele por ela, coisas do tipo. Só que o cara se empolgou, se identificou comigo, e disse que "sendo assim ele podia se abrir mais" e dizer que acha "A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça um dos filmes mais excitantes sexualmente que ele já viu, com as cabeças caindo e rolando pelo chão". Ainda me fez uma proposta de "trocar segredos" pela internet, por e-mail. Ele me contava um segredo dele por um meu, e que existia toda uma rede de pessoas trocando segredos pela internet, da qual ele já fazia parte.

Imagina, né? Fiquei apavorada, avisei a todo mundo que ele dava carona, e ainda bem que só fiquei um período mesmo nessa faculdade, depois mudei pra outra. E eu, que nunca tinha assistido A Lenda..., nunca mais tive interesse algum em assistir, por motivos óbvios.

Lembrei dessa história toda, que aconteceu há uns bons 6 ou 7 anos, porque esses dias me deparei com essa imagem da internet:


(vi aqui)

Medo, muito medo.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Sobre o cuidado com a Língua



Não, não é dessa língua que está na nossa boca que eu estou falando, não. Ela também precisa de cuidados, mas isso acho que todo mundo sabe, né? Higiene, essas coisas. Assim ela pode trazer bastante diversão pras nossas vidas, agora chegando o dia dos namorados, então...

Mas a língua a que me refiro é a nossa Língua Portuguesa. A mim impressiona muito ver o descaso crescente com a escrita correta de textos, sejam simples mensagens de 140 caracteres no twitter, trabalhos de qualificação de mestrado, meros bilhetes, lembretes ou algo do gênero.

Tenho a seguinte teoria: não interessa o rigor da ferramenta onde você escreve, o rigor deve ser aplicado à sua fala e à sua escrita. Não é por estar escrevendo um post num blog pessoal, falando sobre trivialidades, onde o texto não é necessariamente sério, que você pode se descuidar da escrita. A linguagem coloquial é apenas coloquial, não errada e descuidada.

Preciso deixar claro o seguinte: não estou dizendo que todos somos obrigados a saber tudo e não se pode cometer um único erro, afinal errar é humano e tem coisas difíceis mesmo (pra mim, o uso do porque / por quê / porquê - não entendi até hoje isso!). Agora, o que somos obrigados sim é a querer aprender, querer corrigir, saber escutar!!

Já ouvi as mais diversas desculpas para textos errados, as mais comuns dizendo respeito à falta de tempo para revisar. A última foi numa qualificação: ao ser questionado sobre os erros no seu trabalho entregue à banca, o mestrando saiu com essa de que escreveu com pressa e, por isso, não deu pra escrever corretamente. Ah, pera lá!! Mentira!! Ninguém entrega um trabalho para uma banca sem o mínimo de noção sobre como o escreveu. Isso pra mim equivale a dizer "não ligo a mínima pra construção do texto, só para a minha pesquisa e olhe lá!". Não era melhor dizer que vai ser mais cuidadoso numa próxima vez?

Outra situação ridícula: a funcionária de uma empresa onde eu trabalhava redigiu uma carta pedindo a "adiação" do vencimento de uma duplicata. Eu peguei, li, e falei pra fazer outra porque não existia aquela palavra, o correto seria "adiamento" ou "prorrogação". Sabe qual foi a resposta dela? "Ah, mas não dá pra entender? Dá pra entender, posso mandar essa mesmo? Tô com preguiça de fazer outra". Imagina uma coisa dessas!!

Como eu disse antes, a gente tem o direito de errar sim, mas uma vez sabendo que está errado, bora corrigir o erro, tentar melhorar! E há situações, como uma carta profissional, em que não dá pra errar de jeito nenhum, sob o risco de um cliente receber o comunicado e pensar: "naquela empresa não sabem nem escrever, que dirá me atender da maneira que eu quero", e sabemos que isso acontece sim - eu mesma penso assim. Pode ser, por exemplo,
um excelente professor, mas se fala "seje" o tempo todo, a primeira coisa que me passa à cabeça é que, se o sujeito não sabe nem falar bem, não sabe filosofia ou psicanálise, e ponto.

Uma outra situação onde não admito erro é ao ler reportagens feitas por órgãos de imprensa: sites, jornais, revistas e afins. O produto deles é a notícia, e o instrumento é a língua. Um jornalista não escrever corretamente, não saber fazer uso exato da língua equivale, para mim, a um taxista saber o caminho, mas não saber dirigir bem o carro. O mínimo que se espera desses profissionais é que lidem bem com seu instrumento, certo?? O mesmo vale para o pesquisador, mestrando, doutorando. Muito cuidado, gente, isso interfere diretamente no valor do seu texto.

Eu sei que pode parecer exagerado, mas tratando-se de erros de português sou bem xiita mesmo, sempre fui, rsrs.

Beijos!